domingo, 8 de junho de 2014

o capítulo da Surf Music no livro do Psychobilly: força harmônica - e sônica!!!


kozmic gorillas "londrinense" tocando no annie rockets
Escrever um livro não é uma tarefa fácil. Ao mesmo tempo que sempre tive em mente tudo que eu gostaria de escrever, depois de pesquisas, conversas informais, fotos, a coisa toda ganha uma dimensão que não dá para medir. No caso deste livro, que tem como foco principal o Psychobilly curitibano, como foi gerado, seus heróis e realizações, o capítulo que aborda a Surf Music, som "primo" que, cronologicamente, veio antes, está sendo um prazer maior na minha realização pessoal ao observar o quanto o estilo cresceu.

cartaz da festa de lançamento da coletânea da Reverb Brasil
a banda londrinense Maniáticos do Reverb
Tecnicamente a Surf Music vaio com pedigree de berço: palhetadas e harmonias para fazer apenas a música falar. Quem sempre chamava atenção sobre isso era o saudoso Mr X, fazendo uma observação bacana sobre o poder da música.
Entre os acontecimentos da Surf Instro brasuca estão o festival Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe e o PIB - Produto Instrumental Bruto. Muita gente boa envolvida em eventos animais, daqueles que deixam a gente satisfeito de não ter dormido o suficiente durante os dias do festival.
The Dead Rocks
Como muitos músicos do Psycho nacional tocaram ou tocam em bandas instrumentais, o movimento febril da diversão está sempre lá. É uma espécie de continuação. Ter bandas de Psychobilly e Surf Music juntas não significa fazer um show variado e sim diferente dentro do mesmo. Tudo isso pode ser atestado se imaginarmos o som de diferentes bandas como Mullet Monster Mafia, Gasolines, Dead Rocks, Beach Combers e Movie Star Trash. bandas com muita identidade e originalidade dentro da mesma proposta.

capa de um dos melhores cds dos Gasolines
cartaz da terceira edição do instrumental surf attack, em londrina









a foto é da banda de rockabilly Les Royales, mas Morotó Slim contribui com a Surf Music com muita técnica nos Retrofoguetes


















os maremotos
Entre os realizadores, destaco o Leopoldo Furtado, nome código do meu amigo Mocotó, que arregimentou as bandas, organizou a Reverb-Brasil e sempre trabalha no sentido de fazer as coisas acontecerem para a Surf Music brasileira. Mas acima de tudo é apaixonado pelo som.
Junto a ele está o Claudão Pilha, Almirante da nave conhecida como A Obra, no bairro Savassi em BH, que veio junto com a ideia e comportou o festival em quase todas as edições.
Tem também a Inti Queiroz. Quando eu a conheci, ela estava registrando jornalisticamente o Juntatribo. Morou em Curitiba e sempre esteve no miolo dos acontecimentos roqueiros de São Paulo - sua cidade natal - e Curitiba. Filha de músico do primeiro tempo da Surf Music brasileira, ela tem entre suas maiores realizações o festival PIB, que faz uma mostra do melhor da música instrumental, em diversas linguagens, e ainda tem a noite dedicada à Surf Music, sempre com muitas surpresas, tudo dentro de um cuidado na organização que se faz presente.
Fora esse pessoal, há bandas e mais bandas em profusão. Seria estéril da minha parte ficar aqui citando alguém, pois a qualidade de tantas bandas em todos os cantos do país faz com que isso se torne um tiro no pé da imparcialidade.
kozmic gorillas tocando na segunda edição do Psycho Carnival
Leia agora alguns trechos dos depoimentos dessa galera que não usa a voz para se fazer entender.

Mullet Monster Mafia tocando no PIB com Coxinha na bateria
Mullet Monster Mafia tocando em londrina
"Acho que minha maior contribuição para a surf music no Brasil foi mesmo quando comecei a produzir o Festival PIB – Produto Instrumental Bruto que sempre reservou um espaço muito especial para a surf music nacional. Por causa do festival conheci muitas bandas. Dezenas de bandas de surf! Além das bandas que tocaram no festival recebemos dezenas de bandas para a seleção que tradicionalmente acontece antes de cada edição.  Está tudo guardado em nosso acervo. Tem banda de surf music em cada canto desse país!"
Inti Queiroz - Organizadora do PIB

"O PCMS é sensacional!! Todo o clima..o churrasco na cobertura do hotel.. Claudao, Mocotó e toda galera envolvida são heróis por terem começado e juntado as bandas, entramos no segundo.. que segundo o Mocotó depois que tocamos Comanche para fechar o show, virou ritual dos anos seguintes as bandas tocarem comanche , mais uma vez Link Wray Forte!!"
Alexandre Kanashiro - Guitarrista da banda Gasolines
foto recente dos Gasolines
"Confesso que quando toquei lá (Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe) em 2013 com minha banda de surf rock instrumental, os “Maniáticos do Reverb” (Londrina-PR.), deu um friozinho na barriga, porque sei que os organizadores do PCMS não chamam “qualquer um” pra tocar lá. Por conta disto, fiquei muito ansioso nas horas que antecederam a apresentação da minha banda, mas fizemos o nosso show, o público de BH (que é muito receptivo e educado) adorou o nosso som!!! Enfim, naquele dia pudemos mostrar um pouco da cena surf Londrinense juntamente com a outra banda de Londrina que se apresentou naquela noite, os Kozmic Gorillas (banda que já havia se apresentado anteriormente no PCMS no ano de 2001)."
Fabio Martin, o Bro, Guitarrista da banda Maniáticos do Reverb

dia seguinte do 13 PCMS. da esq p direita, Mauk(Big Trep, Mauk e os cadillacs malditos), Leandro (Carburadores e Big Trep), eu, Bro e Tiago (ambos Maniáticos do Reverb)
"Meu envolvimento na cena é atacando em todas as frentes, sendo tocando ora com a Reverb All Stars, ora com a Vostok Deluxe e produzindo eventos que geralmente coloco bandas de Surfe Music neles. Desde 2012 também faço parte da produção e curadoria do Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe.
capa da coletânea de Surf e Psycho o Monstro
É gratificante trabalhar neste Festival, ter contato com as bandas, com o público. É sem dúvida um dos festivais mais divertidos do Brasil e já é Festival programado na agenda de muita gente que não mora em Minas. O Campeonato Mineiro de Surfe também é um dos mais longevos de rock do Brasil, tendo alcançado sua 13º Edição em 2014. Não é fácil alcançar um número desse partindo do principio que é um Festival Independente.”
Roger Pixixo, baixista. Vostok Deluxe, Reverb Allstars e Os Marrones são algumas de suas bandas. Ele também faz parte da organização do Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe desde de 2012.

“No final dos anos 80, quando eu já tocava numa banda de psychobilly (soviet american republic) havia alguns anos, um dj de são paulo (serginho barbo) me apresentou a surf music instrumental dos anos 60, e gostei muito, pq trazia a energia do som que eu tocava com um degrau a mais de elaboração melódica e harmônica… gostei muito e comecei a introduzir um pouco daquilo no som da minha banda (Tri Dux)…"
Ricardo Magrão, Ex-baixista da banda Tri Dux, atualmente DJ do coletivo Fresh. 

"Como toda cena há picos e vales. muita atividade num período, menos em outro. agora acho que tem menos bandas no Brasil do que tinha antes, mas isso não implica que a qualidade seja menor. No mundo, e no Brasil tambem, depois de 1997, com Pulp Fiction e Misirlou, explodiu de banda de surf instro pelo mundo afora e isso foi muito bom."
Claudão Pilha, entre tantas bandas, ex-baterista da Estrume'n'tal, proprietário do Bar Dançante A Obra.
Claudão Pilha sendo entrevistado pelo Alexandre Saldanha

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